Recentemente, em uma festa que fui, parei para analisar
algo, e talvez tenha sido uma das coisas mais fantásticas que já tenha visto.
Em frente a uma fogueira, o povo estava sentado para se aquecer. Enquanto isto
ela dançava, uma morena, alta, cabelos negros, com uma flor vermelha o
prendendo. Um vestido justo, de saia cumprida, aparentava aqueles vestidos
medievais.
Ela dançava... como se nada mais importasse, como se fosse a
ultima coisa que fizesse, ou a primeira, ou a única... Sua dança era algo que
só ela poderia fazer, porque não era uma coreografia qualquer, ela sentia seus
movimentos.
Naquele momento, me senti apaixonado. Não por ela, não a
desejava como mulher, mas desejava que ela estivesse ali, que ela fizesse parte
do mundo, do meu mundo. Foi então que percebi algo. Ela precisava estar ali
para dançar, e eu precisava estar ali para assistir e aprender algo.
Foi quando pensei “Quem sou eu?”.
Robson Leal? Um numero? Uma profissão? Um nada?
Não importava quem eu era, nem quem era ela, assim era melhor.
Eu não queria a conhecer, pois eu não queria que ela me revelasse suas
imperfeições, eu queria eternizar ela ali, queria que fosse perfeita como sua
dança era.
Nós damos tanto valor ao nosso trabalho, as nossas coisas,
estudos, queremos ser sempre tão grandes e as vezes nos esquecemos do que
somos... Que não somos perfeitos... Que não somos ninguém...
Cada um tem uma participação na vida e no mundo, um do
outro, e precisamos disso. Precisamos das pessoas, da natureza, do mundo, de
tudo a nossa vida para nos completarmos e sermos eternos aprendizes.
Eu queria eternizar sua dança, então assim o fiz...
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